Conservação da Natureza
Em abril de 2010, o grupo de ilhas situadas a apenas 5 km da Praia de Ipanema, tornou-se a primeira Unidade de Conservação (UC) marinha de proteção integral do Rio de Janeiro, denominada Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MoNa Cagarras).
Tem como finalidade preservar os remanescentes de Mata Atlântica, os refúgios e ninhais de aves e a beleza cênica das ilhas Cagarra, Filhote da Cagarra, de Palmas, Comprida, Redonda e Filhote da Redonda. A unidade de conservação apresenta uma área de 87 hectares, incluindo tanto a parte emersa quanto o ambiente marinho em um raio de 10 metros em volta de cada ilha.
O Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é o órgão ambiental responsável pela gestão dessa UC, na qual são permitidos diversos usos públicos como pesquisa, educação ambiental e visitação, de acordo com as normas vigentes.
Biodiversidade do MoNa Cagarras
No MoNa Cagarras já foram identificadas mais de 600 espécies de plantas e animais marinhos e terrestres, incluindo algumas raras, endêmicas, ameaçadas de extinção e até novas para a ciência. A UC também abriga um dos maiores ninhais de aves marinhas no Brasil.
Algumas espécies de algas e invertebrados bentônicos encontradas no MoNa Cagarras possuem propriedades antivirais e antifúngicas, apresentando um grande potencial farmacêutico, bem como possuem substâncias utilizadas na indústria alimentícia. Além disso, existem organismos na UC que são bioindicadores de poluição doméstica e industrial, como as esponjas e os mexilhões.
Apesar de toda essa riqueza, o litoral carioca ainda está sujeito a pressões antrópicas que podem interferir na biodiversidade local, como o preocupante declínio na presença de golfinhos flíper, que comumente ocupavam as águas interiores do Arquipélago das Cagarras.
Porém, com a área marinha protegida pela UC, espera-se, num momento futuro, que a quantidade de recursos pesqueiros dentro dos seus limites aumente a ponto de começar a exportá- los para áreas adjacentes, contribuindo com a atividade de pesca na região.
Peixes, como garoupas e badejos, são observados com frequência muito baixa no MoNa Cagarras, que pode ser efeito de múltiplas causas, incluindo décadas de esforço de pesca nas ilhas costeiras.
Portanto, o MoNa Cagarras é considerado de grande relevância para o Rio de Janeiro, pois trata-se de uma área de conservação marinha que contribui para a preservação da biodiversidade, além de promover o desenvolvimento econômico sustentável da região.
Recomendações para o uso consciente do MoNa Cagarras
– Evite buzinar e colocar música alta próximo às ilhas. O barulho assusta as aves que podem derrubar seus ninhos ou deixar ovos e filhotes desprotegidos;
– Ao avistar golfinhos, reduza a velocidade da embarcação e evite passar no meio do grupo. Caso contrário, eles podem alterar seu comportamento natural e abandonar a área;
– Fundeie a embarcação preferencialmente sobre o fundo de areia, pois a âncora jogada sobre o costão rochoso pode danificar os corais e outros organismos;
– Não alimente os animais com sobras de alimentos, ração ou pão, pois pode prejudicar a saúde dos mesmos;
– Não há porto ou píer para embarque e desembarque nas ilhas. Portanto, tome cuidado com a ondulação, relevo e presença de cracas, buscando evitar qualquer tipo de acidente;
– Em caso de desembarque, observe atentamente o entorno. Não interfira na flora e fauna locais, principalmente nos ninhais das aves nas ilhas Cagarras e Redonda. Colabore com o bem estar dos animais da região;
– Não leve nada das ilhas consigo, a não ser boas lembranças e fotografias;
– Ao visitar as ilhas, leve o lixo produzido de volta e deposite-o em local apropriado. Nunca jogue lixo no mar, pois isso prejudica a fauna marinha. Caso encontre algum durante sua estada, tente tirá-lo e leva-lo de volta ao continente;
– Para prática de caça submarina ou pesca amadora, respeite a área protegida com limite de 10m a partir da linha de costa das ilhas. Busque seus alvos em regiões mais afastadas e profundas. Informe-se sobre as espécies ameaçadas de extinção e tamanhos mínimos de captura. No caso da pesca de alguma espécie proibida por lei, devolva-a ao mar e procure outras áreas;
– Evite utilizar linhas de fundo, as quais podem se emaranhar nas rochas e/ou nos organismos bentônicos;
– O acampamento no MoNa Cagarras só é permitido com a devida autorização da Unidade de Conservação. Informe-se com antecedência;
– Mergulhe com todos os equipamentos devidamente presos, para evitar que danifiquem organismos do costão rochoso;
– Evite se apoiar, pisotear ou tocar as nadadeiras no costão rochoso, pois os movimentos podem danificar corais e outros organismos, além de provocarem a suspensão de sedimentos;
– Realize a prática da escalada sempre acompanhado por um profissional experiente e que conheça as vias locais. Não interfira nos ninhais! Esteja atento!