O Monumento Natural das Ilhas Cagarras – Em 2003, houve uma proposta de lei para a criação de um Monumento Natural, incluindo as atuais ilhas em um raio de 10 m e mais a Ilha Rasa, com um raio de 200 m.
Uma proposta de Parque Estadual Marinho foi aventada em 2004, sem a delimitação de área, no entanto. Uma revisão da proposta de Monumento Natural foi feita em 2006, pelo IBAMA, delimitando o interior do Arquipélago das Cagarras e uma Zona de Amortecimento com raio de 500 m no entorno do mesmo. Uma nova proposta de decreto foi elaborada em 2007, contemplando as Ilhas Tijucas e do Meio, estas sem projeção marinha definida, a Ilha Redonda e seu filhote, com 200 m entorno delas, e mais o Arquipélago das Cagarras, com 200 m no entorno. Dentro dos limites do MoNa Cagarras estão as ilhas Cagarra, Redonda, Comprida e das Palmas, conjuntamente com as ilhotas Filhote da Cagarra e Filhote da Redonda, acrescidas da área de 10 m de raio no entorno de cada uma.
Cabe ressaltar que esta proposta foi fortemente rechaçada em uma consulta pública na Universidade Cândido Mendes, levando o órgão ambiental a rever tal proposta e contratar um estudo de caracterização da atividade pesqueira na região (Gerhardinger et al., 2009). Após este estudo, gerou-se uma nova proposta de desenho para o MoNa Cagarras, incluindo o Arquipélago das Cagarras, as Ilhas Tijucas e do Meio, a Ilha Redonda e seu filhote, assim como uma Zona de Amortecimento do Leme ao Pontal do Recreio, o que levou alguns a sugerir que a UC fosse batizada como MoNa Tim Maia. Finalmente, em 2010, através da Lei 12.229, foi criado o Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras.
A criação desta categoria de Unidade de Conservação da natureza tem gerado uma forte transformação positiva na maneira como a população e os visitantes interagem com estas ilhas.
Localizada a 4,5 km a leste da Ilha Redonda, a Ilha Rasa possui um farol histórico guarnecido pela Marinha do Brasil.
A Ilha Rasa fazia parte da proposta original de criação do MoNa Cagarras, mas foi vetada. As questões de veto foram postas bem claras nas reuniões do grupo que discutia a criação da UC: por ser uma área militar, esta já estaria “protegida” pela Marinha do Brasil. Ademais, a operação do radiofarol da Ilha Rasa é considerada uma operação de segurança nacional.
A natureza não vê as fronteiras geográficas através da ótica da política. Dessa maneira, é claro que a Ilha Rasa e seu ecossistema terrestre e marinho interagem com as demais ilhas do seu entorno, principalmente as que formam o MoNa Cagarras. Podemos dizer isso pela similaridade dos fundos, proximidade física, sistemas de correntes e características ecológicas das espécies.
O farol da Ilha Rasa iniciou sua operação em 31 de julho de 1829, guiando os navegadores na derrota do porto do Rio de Janeiro e de passagem pelo litoral carioca. As primeiras investidas na sinalização luminosa desta ilha foram feitas à base de fogueiras acesas todas as noites por serviçais remunerados e residentes na ilha, antes mesmo da chegada da família real (Siqueira, 2002).
Tais práticas podem ter causado a queima de boa parte da vegetação nativa original, numa época em que a consciência ambiental não era estabelecida, principalmente pela ignorância e desconhecimento sobre as relações ecossistêmicas. É essencial um estudo da composição das espécies vegetais e animais da Ilha Rasa, como um primeiro passo para conhecer o atual nível de conservação do ecossistema terrestre e marinho local.
Entre 7 e 9 km a oeste do MoNa Cagarras situam-se as ilhas do Meio, Alfavaca e Pontuda, estas duas últimas também conhecidas como Ilhas Tijucas. As três são ilhas pequenas e baixas, localizadas próximas da saída do Canal da Joatinga, na Barra da Tijuca
Elas permanecem ainda praticamente desconhecidas da ciência, porém há uma curiosa colônia reprodutiva de biguás (Phalacrocorax brasilianus) nas ilhas Alfavaca e Pontuda (Alves et al., 2004).
Em uma das propostas iniciais de criação do MoNa Cagarras, estas ilhas figuravam como parte da UC
As Ilhas Maricás distam 28 km a leste da Ilha Redonda e são compostas por três ilhas sob domínio da Marinha do Brasil e inabitadas. No entanto, a ilha principal sofre com a erosão do solo, nítida nas profundas voçorocas de suas encostas.
A presença de cabras no local surpreende, visto o histórico de impactos ambientais que a introdução destes vorazes herbívoros tem. Além da carência de pesquisas científicas nos ambientes terrestre e marinho nessas ilhas, praticamente inexplorados pela ciência, há uma urgente necessidade de programas de monitoramento e recuperação ambiental, com foco primário na criação de dados ecológicos e a retirada das cabras, respectivamente.
O monitoramento do ambiente marinho faz-se fundamental, principalmente em virtude de projetos potencialmente impactantes, como a construção do emissário submarino dos efluentes industriais do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) na região (RIMA, 2010).
O levantamento da biodiversidade marinha insular vem sendo continuamente ampliado, permitindo comparar a área protegida do MoNa Cagarras com ambientes próximos que não são protegidos, estando assim, mais expostos a diversos impactos ambientais.
Em 2017, a Ilha de Cotunduba foi incluída nas pesquisas com o objetivo de levantar sua caracterização básica (ambiente e biodiversidade). São feitas amostragens terrestres, embarcadas e submarinas nessa ilha a fim de conhecer e monitorar sua biodiversidade.
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