Conferência do Oceano da ONU em Lisboa, Portugal

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Entre os dias 27 de junho e 01 de julho delegações de mais de 130 países participaram em Lisboa, Portugal, da Conferência das Nações Unidas para o Oceano. O evento foi co-organizado pelos governos de Portugal e Quênia e contou com uma vasta programação de debates e discussões que incluíram as plenárias das sessões oficiais, os eventos especiais e os eventos paralelos, todos tratando das questões da saúde do oceano e a importância de sua proteção para a manutenção da vida no planeta. O Projeto Ilhas do Rio esteve presente e com a melhor das embaixadoras possível, a Dra. Sylvia Earle. A mulher que é considerada a primeira heroína do planeta pela revista Time, exibiu o filme “A Voz da Esperança”, produzido para as comemorações de um ano da nomeação do Hope Spot das Ilhas Cagarras e Águas do Entorno, para encerrar uma de suas palestras na Conferência. 

Na abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, agradeceu aos “governos de Portugal e do Quênia”, ressaltando que são dois países com “longa tradição marítima”, por organizarem a conferência.

O chefe da ONU disse que partilha com os seus concidadãos portugueses uma especial afinidade com o mar. Ele citou o poeta Fernando Pessoa: “Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse. Faço, pois, votos para que esta Conferência represente um momento de unidade e aproximação entre todos os Estados-membros, gerado em torno dos assuntos do mar e da proteção e preservação do Oceano.”

António Guterres lamentou que o oceano não foi valorizado e atualmente, o mundo enfrenta o que ele chama de “Emergência Oceânica”. Para isso, é preciso “mudar a maré”, uma vez que “o aquecimento global está levando as temperaturas do oceano a níveis recordes, criando tempestades mais frequentes e mais fortes”.

O secretário-geral citou vários problemas: aumento do nível do mar, acidificação do oceano, branqueamento dos corais, degradação de manguezais e poluição. Guterres afirmou que “quase 80% das águas residuais são descartadas no mar sem tratamento” e por ano, “8 milhões de toneladas de plástico vão parar no oceano”.

O chefe da ONU pede “ação drástica” para que o volume de plástico não supere o total de peixes no oceano em 2050. O secretário-geral mencionou também o problema da pesca excessiva, que está “acabando com os estoques de peixes” e fez um apelo aos governos, ao lembrar “não ser possível ter um planeta saudável sem um oceano saudável”.

 

Ao lembrar que o oceano produz mais da metade do oxigênio que respiramos, além de ser fonte de renda para mais de 1 bilhão de pessoas, António Guterres fez quatro recomendações aos países-membros da ONU. O secretário-geral pede que o novo tratado que será negociado esta semana em Lisboa tenha como meta o investimento na economia azul para os setores de alimentação e de energias renováveis.

1- O manejo sustentável do oceano tem potencial de aumentar em seis vezes a produção de alimentos que vêm do mar e gerar 40 vezes mais energia renovável. 

2- A segunda recomendação é para a prevenção e redução de todos os tipos de poluição marinha.

3- O terceiro ponto apresentado por Guterres envolve a proteção do oceano e das pessoas que dependem deles, com investimentos em infraestrutura costeira e compromisso do setor naval para emissões zero de CO2 até 2050.

4- A quarta proposta do chefe da ONU é para que toda a comunidade global participe do mapeamento de 80% do fundo do mar até 2030. 

António Guterres pede ainda ao setor privado para que invista em pesquisas sobre o oceano. O secretário-geral da ONU terminou seu discurso com uma saudação em Kiswahili, dizendo que “o oceano nos leva a qualquer lado.”

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