Mutirão de limpeza na praia do Leblon e no Mona Cagarras: mais de 300 kg de resíduos coletados

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No primeiro dia da Primavera, último 23 de setembro, a equipe do Projeto Ilhas do Rio, voluntários e parceiros uniram-se mais uma vez para um mutirão de limpeza na praia do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro (RJ), com o objetivo de sensibilizar a população sobre a geração e o descarte incorreto de resíduos. O resultado da atividade foi o recolhimento de 200 kg de resíduos eletrônicos que foram deixados por várias pessoas em um ponto de coleta do mutirão. Além disso, foram retirados das areias da praia 7 kg de lixo, entre plásticos (2 kg) e outros materiais variados (5 kg), como vidros, guimbas de cigarro e até mesmo calçados.  

Nesta ação do Projeto Ilhas do Rio, a novidade foi o recolhimento de óleo de cozinha: 5 litros foram descartados corretamente no ponto de coleta. Depois do mutirão de limpeza na praia, a equipe do projeto, parceiros e voluntários separaram o material, que, juntamente com os eletrônicos e o óleo, foram encaminhados à Cooperativa Amigos do Meio Ambiente, a Coopama, para a destinação adequada, reaproveitamento ou reciclagem.

O mutirão foi realizado ao lado do Quiosque La Carioca, um dos apoiadores da ação. A iniciativa contou com o patrocínio da Natura Kaiak, além dos apoios da HStern e do Rei e Rainha do Mar. Os voluntários e as pessoas que levaram seus resíduos ao ponto de coleta ganharam brindes dos parceiros.

Ilhas Cagarras: resíduos subaquáticos 

A ação de limpeza também foi realizada bem em frente à praia, no Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras (Mona Cagarras). Sob a coordenação de uma equipe do ICMBio, mergulhadores do Projeto Ilhas do Rio e voluntários foram para o fundo do mar coletar resíduos subaquáticos. Nesta iniciativa complementar de sensibilização contra o acúmulo de lixo no mar, panelas de pressão, âncoras e pneus, além de outros tipos materiais, foram recolhidos no fundo do mar da Ilha Redonda, totalizando cerca de 110 kg. 

Além disso, foi realizado um mutirão de limpeza na faixa terrestre da Ilha Comprida, uma das seis ilhas que integra o Mona Cagarras, que é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral. A boa notícia é que não foi encontrado nenhum lixo na ilha. O arquipélago é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral com uma área total de 91,23 hectares. As Ilhas Cagarras e Águas do Entorno foram nomeados o 2º Ponto de Esperança (Hope Spot em inglês) no litoral do Brasil. Esse é um importante reconhecimento dado pela Mission Blue, uma aliança internacional liderada pela dama da conservação marinha, Dra. Sylvia Earle, que esteve recentemente no Rio.   

Lixo impacta os oceanos

Para a Dra. Renata Santos Gomes, Coordenadora das ações de educação ambiental e de sensibilização do Projeto Ilhas do Rio, os mutirões de coleta e de sensibilização são importantes para conscientizar as pessoas de que o lixo incorretamente descartado nos litorais impacta o oceano, que é um dos reguladores do clima da Terra.

Os danos causados pela incorreta destinação de resíduos eletrônicos, que vão parar em rios e no oceano, são uma das preocupações do Projeto Ilhas do Rio. Segundo o relatório The Global E-waste Monitor 2020, elaborado pelo Instituto de treinamento e pesquisas das Nações Unidas, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartados anualmente em todo o mundo. Somente no Brasil, em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos foram descartados e menos de 3% foram reciclados. Os componentes químicos presentes no material eletrônico podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.

Por isso, é fundamental ampliar o volume de material que é reciclado. O óleo de cozinha, que também impacta os ecossistemas se for incorretamente descartado, pode, por exemplo, ser transformado em resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, produtos de agropecuária e biodiesel.

Voluntários e apoiadores que fazem a diferença

No mutirão, voluntários e apoiadores fizeram a diferença. A voluntária Eliana Ferraz de Melo, de 74 anos, que trabalha na área de transporte escolar, participou pela primeira vez da ação e conta que gostou muito da experiência. Já a jornalista Luana Lima saiu satisfeita do mutirão por ter descartado corretamente um notebook, um aparelho de celular e um MP3. “Não sabia o que fazer com os eletrônicos, estavam com eles há muito tempo”, disse Luana. Segundo ela, a iniciativa é uma oportunidade para gerar reflexão sobre pequenos hábitos.

Os voluntários Camila Monteiro, aluna de biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e Lucas Farias, estudante de engenharia elétrica da UERJ, trabalharam no mutirão pela segunda vez. “Eu sei que um mutirão não resolve o problema como um todo, mas as pessoas observam a gente trabalhar na praia e isso as sensibiliza”, afirmou Camila.

A atuação do Projeto Ilhas do Rio também chamou a atenção de Bianca Betin, estudante de jornalismo da Universidade Veiga de Almeida. Ela foi ao mutirão para realizar entrevistas para um projeto da faculdade sobre iniciativas, como as do Projeto Ilhas do Rio, que fazem a diferença. No primeiro dia da Primavera, estação marcada pelas flores e cores exuberantes nas árvores, nada melhor do que fazer a diferença. 

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