O emblemático navio Rainbow Warrior, símbolo global das campanhas ambientais do Greenpeace, atracou no Píer Mauá, no Rio de Janeiro, trazendo não apenas sua icônica presença, mas também um espaço crucial para o diálogo sobre o futuro do oceano brasileiro. Diretamente de Belém, após a COP30, o navio abriu suas portas para uma roda de conversa estratégica entre algumas das principais organizações que lideram o advocacy e a incidência política em defesa do mar no país.
O Ilhas do Rio esteve representado por Mariana Clauzet, que participou do debate. O encontro serviu como um momento de compartilhamento de experiências vividas durante a COP30, um balanço da intensa agenda ambiental de 2025 e, principalmente, uma preparação coletiva para os desafios em 2026.
Os Desafios no Horizonte: Da Transição Energética à Mineração em Alto-Mar
A conversa abordou temas urgentes e complexos que definirão a pauta oceânica nos próximos anos. Entre os principais pontos de discussão estiveram:
A Transição Energética Justa: Como garantir que a migração para fontes renováveis de energia não repita os erros do passado e respeite os limites e a saúde dos ecossistemas marinhos.
A Ameaça da Mineração em Águas Profundas: Um dos debates mais críticos, que coloca em risco ecossistemas marinhos pouco conhecidos e de extrema importância para o equilíbrio do planeta.
O Oceano como Solução Climática: Reforçou-se a visão de que a proteção e a restauração do oceano são ferramentas fundamentais para mitigar os efeitos da crise climática, atuando como grandes sumidouros de carbono e reguladores do clima global.
O ano de 2026 – além de ano de eleições, será repleto de eventos marcos importantes para seguirmos atuando, de março a novembro, teremos reuniões e encontros que tratam do futuro do oceano, incluindo discussões sobre a mineração em águas profundas, o tratado do alto-mar, a COP da Biodiversidade e a COP do Clima.
Trabalho em rede: A Chave para Fortalecer a Pauta Oceânica
Um consenso marcante da conversa foi a importância crucial da união entre ciência, sociedade civil e saberes tradicionais. Foi o árduo trabalho em rede por causas comuns iniciado na Conferência dos Oceano em junho, na França e desenvolvido no caminho “de Nice a Belém” que permitiu pautar o oceano nas discussões da COP30 em Belém. Ficou claro que uma abordagem integrada, que valorize o conhecimento acadêmico, a força do movimento social e a sabedoria ancestral de comunidades costeiras e tradicionais, tem o poder de fortalecer verdadeiramente a pauta oceânica e climática no Brasil.
Além disso, destacou-se a necessidade urgente de envolver agentes da comunicação e da imprensa nessa discussão. Para que a causa oceânica transcenda os círculos especializados e mobilize a sociedade como um todo, é fundamental desenvolver estratégias conjuntas para tornar o tema mais acessível, atraente e compreensível para o grande público.
Um Símbolo de Luta e Esperança
O evento foi finalizado com uma visita guiada ao Rainbow Warrior. Mais do que um navio, o Warrior é um símbolo tangível de décadas de campanhas ousadas em defesa do planeta. Conhecer seu convés e sua história serviu como um lembrete inspirador do poder da ação coletiva e da perseverança na luta ambiental.
A passagem do Rainbow Warrior pelo Rio de Janeiro não foi apenas um evento pontual. Foi um encontro estratégico que reforçou alianças, alinhou agendas e reenergizou as organizações para os embates que virão. Para o Ilhas do Rio, participar desse diálogo reforça seu compromisso de atuar em rede, ampliando sua voz no advocacy pela conservação marinha e mostrando que, quando unidas, as vozes em defesa do oceano ecoam com muito mais força.
