Ilhas do Rio lança campanha para conduta consciente na observação de baleias no Rio de Janeiro

Degelo do ÁRTICO POR ACORDAR V

 

Você pretende observar baleias ou trabalha em embarcações que conduzem passageiros no Rio de Janeiro? Nós, do Projeto Ilhas do Rio, temos dicas e orientações para você veiculadas na campanha para uma conduta consciente na observação dos gigantes mamíferos marinhos. Com a chegada da temporada de migrações das baleias no litoral brasileiro, o objetivo da campanha é informar que há cursos para condutores de embarcações, formas corretas para aproximação dos cetáceos e sobre a importância da escolha de operadoras de passeios comprometidas com a observação responsável de mamíferos marinhos (baleias e golfinhos).

E o que é uma observação responsável de cetáceos? A campanha do Projeto Ilhas do Rio responde à pergunta com um conjunto de dicas e orientações, que incluem proibições para quem navega em águas jurisdicionais brasileiras. Por exemplo, é vedado às embarcações se aproximarem de cetáceos (baleias e golfinhos) com o motor ligado (engrenado) a menos de 100 metros de distância do animal mais próximo, devendo o motor ser obrigatoriamente mantido em neutro, assim como ligar (reengrenar) o motor para afastar-se do animal (ou de um grupo de cetáceos) antes de avistá-lo claramente na superfície a uma distância de, no mínimo, 50 metros da embarcação.

Principal objetivo: bem-estar dos cetáceos e respeito ao habitat marinho

Com a campanha, a intenção do Projeto Ilhas do Rio é sensibilizar e chamar a atenção para a importância de se obedecer às regras que visam o respeito aos mamíferos marinhos, assim como ao seu habitat.  E deixar bem claro que a observação de baleais que possa alterar o comportamento natural dos cetáceos é ilegal nas águas jurisdicionais do Brasil. A preocupação do projeto é promover uma conscientização sobre a questão neste momento, pois já estamos na temporada de migração das baleias-jubartes, uma das espécies de cetáceos estudada pelo Ilhas do Rio.

Desde 2011, pesquisadores do projeto monitoram os cetáceos (baleias e golfinhos) em águas cariocas com objetivo de realizar um levantamento de dados para a identificação das áreas prioritárias para a conservação dessas espécies na costa do Rio de Janeiro. Durante a pesquisa, em 2017, os pesquisadores do Ilhas do Rio identificaram o corredor migratório das baleias-jubarte na costa do estado, uma área por onde os mamíferos marinhos passam, migrando das regiões subantárticas até o nordeste do Brasil para a reprodução e os cuidados de seus filhotes.

MONA Cagarras e Águas do Entorno: migração das baleias

Segundo o Projeto Ilhas do Rio, a passagem de um número expressivo de baleias-jubarte no Rio de Janeiro é relativamente recente, o que muitas vezes ocorre na região (ou nas proximidades) do Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras (MONA Cagarras) e nas Águas do Entorno. Essa é uma área que foi nomeada Ponto de Esperança (Hope Spot) pela Aliança Mundial para a Conservação Marinha (Mission Blue) em abril de 2021 e a existência de um corredor migratório de baleias-jubarte foi um critério importante para a nomeação.

A preocupação é que, caso as baleias se sintam ameaçadas de alguma forma pela pressão turística, elas possam vir a buscar novos caminhos mais tranquilos e menos barulhentos para chegarem às áreas de reprodução. Por isso, o Projeto Ilhas do Rio decidiu lançar a campanha para uma conduta consciente na observação de baleias no Rio de Janeiro. Para o Projeto Ilhas do Rio, é importante que as pessoas que queiram observar cetáceos escolham embarcações e operadoras de turismo que respeitem as regras alinhadas ao compromisso de conservação marinha.

Segurança das pessoas e programas educativos sobre o ambiente marinho

Entre várias orientações da campanha, o Projeto Ilhas do Rio recomenda aspectos relacionados não apenas ao bem-estar dos cetáceos, mas à segurança dos passageiros das embarcações. Segundo o projeto, é preciso ficar atento, por exemplo, às informações sobre a documentação da embarcação, a existência de equipamentos de salvatagem (como coletes salva-vidas), a habilitação do condutor etc.

Outro aspecto valorizado é se haverá, na embarcação, a presença a bordo de um naturalista qualificado com ampla experiência em comportamento de baleias. Segundo o projeto, operadores de observação de mamíferos marinhos de todo o mundo utilizam guias experientes e naturalistas altamente treinados para educar os passageiros sobre as baleias que estão avistando e, ao mesmo tempo, proporcionar uma experiência única e fascinante para as pessoas de todas as idades.

Programa de capacitação e treinamento

O Projeto Ilhas do Rio recomenda que os indivíduos contratem operadoras e condutores de embarcações que tenham participado de programas de capacitação e treinamento. É importante verificar se elas estão cientes das regras legais brasileiras de proteção de cetáceos. Segundo o projeto, há cursos de capacitação oferecidos no Rio de Janeiro pelo Projeto Baleia Jubarte, Projeto Baleias e Golfinhos do Rio e pela Prefeitura do Rio.

Para o Ilhas do Rio, práticas responsáveis de turismo embarcado para o avistamento de baleias incluem processos e procedimentos eficazes para assegurar a sustentabilidade a longo prazo da observação comercial, tanto ambientalmente, socialmente como economicamente. Essas práticas asseguram que a observação de cetáceos seja conduzida de forma que: 1) minimize impactos negativos aos cetáceos e ao ambiente, 2) resulte em um alto nível de satisfação dos clientes, 3) beneficie as comunidades locais e o ambiente e 4) eduque e inspire o público em geral e a indústria do turismo.

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