No Ilhas do Rio, nos dedicamos à conservação dos ecossistemas marinhos, conscientes de que a saúde do oceano reflete na nossa própria. Por isso, unimos nossa voz à campanha “Cação é Tubarão” da Sea Shepherd Brasil, para alertar sobre um problema grave que afeta não só a vida marinha, mas também a saúde pública no nosso país.
Você sabia que o “cação” vendido em mercados e servido até em instituições públicas, como escolas e hospitais, é carne de tubarões e raias? Essa informação, ainda desconhecida por muitos brasileiros, revela uma realidade alarmante e multifacetada.
O Impacto na Vida Marinha
Desde a década de 1970, as populações de tubarões e raias sofreram uma redução drástica de 71% globalmente, conforme estudo da Revista Nature (2021). Essa queda é um resultado direto da pesca predatória, muitas vezes ilegal, impulsionada pelo multimilionário comércio de barbatanas na Ásia.
O Brasil se destaca como o maior importador e consumidor dessas carcaças. Elas chegam a baixo custo por serem um subproduto do comércio de barbatanas, que não aproveita o corpo dos animais, criando um mercado para essas sobras.
Os Riscos para a Saúde Humana
Além do impacto ambiental, o consumo de “cação” representa um sério risco à saúde. Tubarões e raias, por serem predadores de topo e terem longas vidas, acumulam em sua carne altos níveis de metais tóxicos como mercúrio, chumbo, arsênio e cádmio. Essas substâncias não são eliminadas pelo corpo e estão comprovadamente associadas a doenças neurológicas e câncer.
Um estudo recente (2024) da Fiocruz e Sea Shepherd Brasil mostrou que os riscos calculados podem ser até 38 vezes maiores do que os limites considerados seguros pela Anvisa para consumo humano. Idosos, gestantes e crianças são ainda mais vulneráveis.
A Urgência da Regulamentação
A legislação e a fiscalização no Brasil são insuficientes. Não há regulamentação clara de rotulagem, impedindo o consumidor de saber qual espécie está comprando, muitas delas já ameaçadas de extinção.
Recentemente, a Portaria 30/2025 permitiu a pesca direcionada ao tubarão-azul (Prionace glauca), uma espécie já classificada como “vulnerável” no Atlântico Sul. Isso transforma a “pesca incidental” em uma atividade deliberada, agravando a situação de conservação.
Sua Voz Faz a Diferença!
É urgente que o governo brasileiro seja pressionado a regulamentar o mercado de “cação” e garantir a proteção da fauna marinha e da saúde dos cidadãos. A Sea Shepherd Brasil está movendo uma Ação Civil Pública (ACP) para isso e precisa do apoio de todos. Uma audiência está marcada para 3 de setembro de 2025.
O Ilhas do Rio apoia integralmente essa iniciativa e convida você a se juntar a essa mobilização. Sua assinatura é uma ferramenta poderosa que será anexada ao processo, demonstrando o apoio popular a essa causa vital.
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Compartilhe essa informação com seus conhecidos. Juntos, podemos exigir um futuro mais seguro para nossos oceanos e para todos nós.