Os desafios para os peixes recifais nas Ilhas Cagarras

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No último mês de junho, a equipe de pesquisas sobre os peixes recifais do Ilhas do Rio publicou um artigo científico apresentando os principais desafios enfrentados pela fauna de peixes dentro do MONA Cagarras e áreas do entorno. O artigo, que teve autoria principal do Msc. Augusto Machado e outros integrantes do projeto como co-autores, mostrou que o Lixo Marinho, em especial o plástico e itens de pesca, que foram amplamente encontrados dentro da área da unidade de conservação de proteção integral, representam sérias ameaças aos peixes da região. Com o título “Incursões em recifes rochosos: desafios enfrentados pelos peixes recifais na região de um ponto de esperança no Brasil”, o artigo  foi publicado na Marine Pollution Bulletin, uma das mais bem conceituadas revistas científicas do mundo quando o assunto é poluição marinha e ciências do mar. 

Cora-sol, invasor, nas ilhas do Rio
Cora-sol, invasor, nas ilhas do Rio

O Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MONA cagarras) e suas águas do entorno abrigam grande diversidade de espécies de peixes marinhos que vivem em sintonia com os recifes rochosos da região. Apesar da importância que esses ambientes representam, essa área vem recebendo impactos tanto de lixo marinho quanto de espécies não-nativas, como  o Mexilhão-verde (Perna viridis), o Ouriço-do-mar (Pseudoboletia cf. maculata), que foram registrados pela primeira vez dentro do MONA Cagarras, assim como a Donzela-dos-Açores (Chromis limbata) na Ilha Rasa, próximo ao MONA. O artigo ainda evidencia que uma espécie invasora já conhecida nas Ilhas, o Coral-Sol (Tubastraea spp.), tem ampliado a sua distribuição e abundância com o passar dos anos, e dessa forma tem causado efeitos negativos na riqueza e abundância de espécies de peixes. O controle e erradicação de espécies alienígenas invasoras, bem como do lixo marinho dentro e próximo aos limites da unidade de conservação é uma das medidas prioritárias sugeridas para a gestão, bem como envolvimento e participação cidadã, buscando desta forma um ambiente mais favorável para a biodiversidade marinha.

 

Pesquisadores esticam a trena para marcar a área do transecto em que será realizado o censo visual
Pesquisadores esticam a trena para marcar a área do transecto em que será realizado o censo visual

As comunidades de peixes foram avaliadas pelo Censo Visual Subaquático através de transectos de 40 m2 (20 m × 2 m). Neste método, os mergulhadores nadam por 5 minutos ao longo de faixas de 20 m, observando 1 metro de cada lado, paralelo ao costão rochoso em cada local de amostragem. As pesquisas foram realizada a uma visibilidade mínima de 3 m, identificando e contando os peixes para obter dados de abundância e riqueza.  Para a pesquisa, de 2020 a 2022, foram realizados um total de 576 censos visuais subaquáticos focados em peixes recifais, lixo marinho e  espécies não nativas no mais novo Hope Spot brasileiro. O objetivo foi o de entender a distribuição, características e efeitos do lixo marinho e do coral-sol  e na comunidade de peixes recifais. Dentre os resíduos encontrados, o plástico foi a principal categoria registrada (34,54%), seguido por metal e linha (principalmente artes de pesca dentro de uma Área Marinha Protegida).

Para reduzir o erro potencial, os mesmosmergulhadores realizaram todas as amostragens, que foram os pesquisadores do projeto Dr. Áthila Bertoncini e Msc. Augusto Machado, que produziu este artigo científico como parte de seu doutorado, atualmente em curso na Universidade Federal do Espírito Santo.

 

 

Para acessar o artigo completo: https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2023.115240

Rocky reef incursions: challenges faced by reef fishes in a Brazilian Hope Spot region,
Marine Pollution Bulletin,
Volume 193, 2023, 115240,
ISSN 0025-326X,
Augusto A. Machado, Bruno P. Masi, Aline A. Aguiar, Maria E.C. Ozorio, Caio N. Salles, Maurício Hostim-Silva, Áthila A. Bertoncini,

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