Na busca de soluções para a conservação do oceano, a supervisora científica do Projeto Ilhas do Rio, Aline Aguiar, participou, em junho, de encontros junto ao Rise Up Group e da conferência Immersed in Change, na Costa Rica. A Rise Up Coalition, do qual o Ilhas do Rio faz parte, visa contribuir com estratégias de coalizão ambiental, especialmente às relacionadas à 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC), que acontecerá em 2025, em Nice, na França.
Organizada e liderada pelos governos da Costa Rica e da França, a Immersed in Change também contou com discussões voltadas à preparação para a UNOC, com foco especialmente em ações práticas e urgentes para a conservação marinha e para a necessidade de desaceleração das mudanças climáticas, segundo Aline Aguiar. “Os temas mais trabalhados foram o Acordo do Alto Mar, a conservação do mar profundo (como a moratória da mineracao), tratado a poluição plástica e a agenda de proteção de 30% da biodiversidade das áreas marinhas e terrestres”, declarou Aline. “Além de proteger 30% das áreas, a gente não pode esquecer dos outros 70%. Proteger, restaurar e não estragar mais esses 70%”, acrescentou.
A conferência também deu espaço a discussões relacionadas à importância da participação das comunidades locais e dos povos indígenas nos processos decisórios das agendas internacionais para a conservação do oceano, segundo a supervisora científica do Projeto Ilhas do Rio. De acordo com Aline, o debate sobre a preservação ambiental, precisa, além de abrir espaço para o envolvimento dos diferentes povos e comunidades, considerar que “o oceano é um só”.
“Não podemos compartimentalizar o oceano em cinco oceanos”, afirmou. Por isso, Aline Aguiar defendeu que a declaração final da 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos considere que as soluções para a conservação do ecossistema marinho levem em conta uma abordagem integrada com ações práticas e o comprometimento das nações. A Immersed in Change foi realizada nos dias 7 e 8 de junho em San José, na Costa Rica, e foi um espaço de trocas e partilhas de experiências com foco na governança e na saúde do oceano.
Para Aline Aguiar, foi muito importante participar das discussões com todas as lideranças presentes na Immersed in Change, compreendendo a necessidade de integrar as “agendas de maior escala” às “agendas locais” das quais o Projeto Ilhas do Rio colabora ou coordena. É preciso “entender como a gente consegue ampliar e, ao mesmo tempo, engajar outras iniciativas locais. E trabalhar em conjunto para que esta informação não venha só de cima para baixo, mas que também seja uma demanda de baixo para cima, todo o mundo participando, porque o oceano é um só. E todos podemos e devemos colaborar”, afirmou.